no colo das marés
Que faço eu quando o azul é tanto? Que sei eu já se ainda não me mostraste todas as cores que tens nas mãos? Que percebo eu quando não me dizes o que eu vejo? Que caminho percorro se o cantar da minha respiração não se diz com palavras?
Eu vou! Para me agasalhar neste manto de azul. Um manto sublime. De ouro e prata. Com rendas trançadas com fiapos de luz.
Eu vou! Para escrever um poema com os silêncios das palavras que não sei dizer. Mas que escrevo com a tinta das marés. Guardo-o no coração. Como quem guarda a doçura de um segredo. Depois, vou enxugar o meu corpo molhado.
E adormecer no doce colo das estrelas.