Ponto de exclamação [prefiro a admiração]
[Foto de Pour les océans]
Confesso a relevância do ponto final e o gosto de ter um sempre pronto para usar. Há contextos que o exigem. Mas desgosto-lhe a prepotência. Os caprichos déspotas e eu não queria o fim de agosto. Fica-me a beleza rendilhada da admiração.
Admirável ponto de exclamação. Cumpre-se no fim das frases. Na dissemelhança dos outros. Distancia-se das letras para se albergar no coração. E, com as mãos, enrola afetos. Em cada esquina do corpo, acha o sublime sentido da surpresa, admiração ou exclamação. Despe a sorte das emoções. Multiplica os sentidos sem que se exponha nas palavras. Todas não chegam, tantas são demais. Galanteia as lágrimas. Descerra sorrisos. Segura os silêncios. Para perpetuar o olhar. É um sinal. E fica na minha memória a beleza rendilhada que o azul burilou a ponto de sol.
Oh, quão doces são as lembranças da minha meninice!