As pérolas [que fazem parte da minha paisagem]
Um pescador de passados, um papel e a paisagem. A ponte e a passagem. O palácio, as portas e as paliçadas de pálidas proteções. Pergunto pelos perdões e percorro pecados. E parto para próximo dos pedaços, porém com paisagens permaneço. Com paisagens me perco. Com paisagens me pinto. E pernoito. Nas paisagens me sinto e nelas me pacifico. E pinto papoilas na possibilidade pálida da planície. Um preâmbulo protetor.
Oh, pescador de passados, passa o poema que a poesia proclamou. Um pardal, uma ponte e um piano. Um projeto e um prazo. Pés de percetíveis pérolas que percorrem a minha paisagem.
[Fotografia de Vasco Ribeiro]