07
Mai08
murchar
Paola
sobre margaridas marelas [protecção da espécie]
Voltei ao local do crime. Mandam as regras. Cumpra-se a etiqueta. Uma nuvem de malmequeres amarelos cobria o chão... tal como no outro dia. Tive a sensação que se cumprira ali o milagre da multiplicação.
Naquela imensidão amarela vi umas quantas papoilas. De imediato percebi... elas eram a raiva, o sangue, a revolta do meu gesto impensado. Eram a alma das margaridas roubadas à vida. Vexame! Senti-me insultada... por uma flor, por uma papoila! E as papoilas são vermelhas... Senti-me feliz por entender que a defesa das espécies em risco estava naquele vermelho dito raiva. Irmanadas na dor do lince ibérico, da cegonha, do sável, da lampreia, da cegonha, do azevinho, do carvalho ... Como elas se protegem! Que insanidade, a minha! Apanhar margaridas amarelas...
Nos olhinhos das margaridas brancas descortinei troça, piedade... Naqueles olhos amarelos, vi complacência tingida de sobranceria - Coitada, não sabe o que fez!
Uma delas, mais irreverente e agitada, talvez pelo vento que acabara de chegar, exclamou com arrogância :
- Deixa lá, são selvagens! E amarelas...
Mirei-a de alto a baixo. Medi a pequenez e a fragilidade do seu caule e respondi:
- Não percebes nada de ecologia. Estúpida!
Naquela imensidão amarela vi umas quantas papoilas. De imediato percebi... elas eram a raiva, o sangue, a revolta do meu gesto impensado. Eram a alma das margaridas roubadas à vida. Vexame! Senti-me insultada... por uma flor, por uma papoila! E as papoilas são vermelhas... Senti-me feliz por entender que a defesa das espécies em risco estava naquele vermelho dito raiva. Irmanadas na dor do lince ibérico, da cegonha, do sável, da lampreia, da cegonha, do azevinho, do carvalho ... Como elas se protegem! Que insanidade, a minha! Apanhar margaridas amarelas...
Nos olhinhos das margaridas brancas descortinei troça, piedade... Naqueles olhos amarelos, vi complacência tingida de sobranceria - Coitada, não sabe o que fez!
Uma delas, mais irreverente e agitada, talvez pelo vento que acabara de chegar, exclamou com arrogância :
- Deixa lá, são selvagens! E amarelas...
Mirei-a de alto a baixo. Medi a pequenez e a fragilidade do seu caule e respondi:
- Não percebes nada de ecologia. Estúpida!
Fotografia? É daqui!