Subir [na organização dos laços]
Quando ando por aí, não paro. Vou sem rumo. Subo montes. Depois desço. Às vezes volto para trás. É do cimo que espreito o rio. Ato o tempo ao chão e corro ao ritmo das letras que se desenham numa serena e doce melodia. Recito os segundos. Respiro as marés. E perco-me no afago das mãos.
Laço a lua e os lugares. A leitura e o luar. Laçadora de laços, laço as lágrimas, laço o olhar. E com laços labuto. Com laços limpo a lama. Com laços abraço as luzes. Na descida me completo. Quando ligo os lagos e as lendas. As mãos e as rendas.
Subo os montes para ver os novelos de linhas e os dedos. O sorriso que chega pela manhã com a toalha de linho ou naperon. Eram tantas as rendas! Os tamanhos e os nós.
Não me digas nada. Estou ocupada a andar.
(Foto da Internet)