querer
Ano Novo, Vida Nova?
Não sei se quero. Se calhar até quero e não sei… Provavelmente não. Ou posso e não sou capaz? Sinto-me embrulhada em protótipos culturais com lacinhos tão banais. Que seja mais um, que depois venha outro… que seja! Eu sou a soma de todos os anos que carrego, na recusa de ser uma simples adição.
Ano Novo, Vida Nova?
Não sei se será… Talvez com mais silêncio… A minha vida não será nova porque não deitarei fora o tempo que já agarrei. E o tempo fluirá pelas palavras que direi. Espontaneamente. Adornar-se-á nas figuras de estilo que inventarei... nas sílabas que suspirarei... na busca incessante de eufemismos que urdirei para calar desconcertos hiperbólicos. Teimoso, o tempo, repetir-se-á em soantes paralelismos anafóricos. Todas as manhãs, apesar de mim.
Que seja um bom ano para todos. Que seja!