11
Fev09
bolar
Paola
Chegamos ali e paramos. Às vezes admiramo-nos, outras voltamos para trás. Redemoinhamos em torno de vontades determinadas. Adivinhamos o desfecho, sem direito ao admirável desconhecimento da narrativa. Caminhamos em círculo. Cada vez mais fechado. De cá para lá. Sem sair daqui. E depois, estonteados, declaramos que é a vida. Arredondadamente. Como uma bola que se esgota a jogar na esfericidade de existir.
Goloooooooooooooooooooooooo! Vai ser golo, vai ser golo... Não foi! Mas poderia ter sido se não fosse o poste. Ou a barra. Golo certo falhado. Perdida incrível. Por cima. Ou foi ao lado?
Goloooooooooooooooooooooooo! Agora foi! Do adversário. Sem defesa possível. A bola teceu uma trajectória e aninhou-se no fundo da baliza. Entrou direitinha! Ou não?
Goloooooooooooooooooooooooo! Jogada fenomenal! Uma finta fantástica. Empate. Merecido, sem dúvida. Apesar de ter resultado de um livre mal assinalado. Mas foi! Ou não deveria ter sido?
Por vezes, tudo me parece um relato de futebol. Sem golos ou sem lances de perigo, lento, pouco emotivo em termos de decisão. Redondo. E a bola reinicia a jogada invariavelmente no meio campo. Sempre da mesma maneira. Ao pontapé! Sempre no meio… de um terreno retalhado em duas metades.
Goloooooooooooooooooooooooo! Admirável golo de vitória. Só contam os golos de vitória! Os outros não valem…
imagem da internet