12
Fev09
evolucionar
Paola
macacadas II
Sempre que sou presenteada com um insulto embrulhado, não gosto. Isto de ser filha de boa gente obriga à reacção. Eu sei que sou um animal. É verdade! E daí? Não gosto que mo lembrem. Animal! Depois, sorriem num benevolente e erudito esgar, crescentando que sou racional. E que importância tem o adjectivo? Animal!?...
Depois, ponho-me a pensar no despropósito do epíteto. Se sobrevivo é porque me adaptei. Lutei e venci. Naturalmente. Animal, eu? Imagino que aos símios não encante a confrontação. Nem estranho que, numa estridente grincharia, recusem a humana comparação.
Depois, olho para trás na procura de mim. Credo! Que macacada!! E não sei qual me fez assim. E pensar que tenho vivido na fantasia de ser condição humana! Que primata me engendrou a mim?
Depois, desejo na vontade de querer. Que os meus filhos tenha feito ágeis e velozes, por uma questão de sobrevivência. Que os seus membros, mesmo que a outros semelhantes, os façam andar na terra. A baleia é que sabe nadar. E que se cumpra a lógica da evolução nos filhos dos meus filhos, então.
Animal, eu? Que seja! Assim como assim, até gosto de amendoins.
imagem da internet