supremo encanto
agora mais nada. o verão caiu no chão. com o sol na barriga. neste instante, lambe o doce suco que lhe ornamenta as mãos. e agradece o esquecimento dos deuses. que pernoitem longe. que pernoitem.
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agora mais nada. o verão caiu no chão. com o sol na barriga. neste instante, lambe o doce suco que lhe ornamenta as mãos. e agradece o esquecimento dos deuses. que pernoitem longe. que pernoitem.
da internet
conversas na ladeira
da Internet
Eu amo silêncio. Um lugar onde me construo. Confluência das minhas memórias. Um espaço que tem ruídos, barulhos e sons. Do mar e da terra. De mim. E muitas palavras que não digo. Mas que falo. Certa que não é por muito falar que digo sentidos. Ou que narro histórias de encantar...
E hoje, já que é sábado, cumpro o ritual do arroz-doce. Com muita canela e silêncios interrompidos por palavras. E gargalhadas. Até agora, andei a sabadar. E quero que tudo o mais vá para o Inferno...
oito alegres pés
Afeiçoados na vontade de caminhar, num dia de morno de Agosto, seis pés rumam ao Sul. Levam a vontade de abraçar o mês que vai acabar. E querem beijar o mar. E todos seis correm para o Sol. E andam, andam até lá chegar. Envolvem-se no amarelo e admiram-se com o azul. Surpreendem-se com o verde. E comentam que arrulhar rima com marulhar. E o mar espreguiça-se. E lá ao fundo, a cadência é marcada pela vastidão azul-mar. E correm atraídos pelos cânticos sem olhar para trás. Ouves? É o mar a desenhar poemas na areia. Pois é. O mar é um poeta, disseram dois. Um escultor, opinam os outros dois, olhando as obras cinzeladas ao longo de tempos de Inverno. E comentam que ali habita Orfeu. O mais prodigioso músico que já existiu. Poeta também. Por isso, as gaivotas poisam para o escutar.
Oito contentes pés foram espreitar o mar. Mais dois se juntaram. E todos os oito pés na areia dançaram. E Orfeu males sana cantando e tocando a sua lira de ouro. Músicas de espuma. Canções de areia. Ritmos do mar. E dois dos oito pés vão continuar a cantar. Porque nesta sinfonia da vida, oito são mais do que dois.
[fotografia de Paola]
fingimento das nuvens
ou as ilusões da vida
É Agosto. O sol anda quente e o tempo seco. Não chove por razões que o coração conhece. A chuva encharca os corpos. Forma-se nas nuvens que saracoteiam alegremente. Metamorfoses condensadas às voltas no ar por causa do vento. Penhascos negros. Desenhos fingidos. E o rapazote grita que vê um peixe no céu. E a mãe não vê nada. Não acredita Mas pergunta-lhe onde. E ele ri. O seu dedinho afoito aponta a direcção certa. E está ali. Um peixe e mais à frente um avião e uma ovelha. E muita gente também. E pergunta, apatetado com a falta de visão da mãe, se ela não está ver. Ela finge que sim. Tudo corresponde ao que ele diz, garante. No entanto, não consegue descortinar desenhos infantis. Muito menos no mar. Mas diz que sim. E riem-se culpados. Um viu o outro não. E o céu está azul, o mar é que não. E indica os olhos, o nariz a boca e o cão. Olha o rabo dele, mãe. Só que o cão morde, alerta a mãe. O petiz sabe, ela é que não. Na sua cabeça já não entram ilusões. Tudo é excessivamente real. E uma dor ganha forma definida. Dói com sabor a desilusão. Com aroma a desencanto.
E bem lá no alto, mais para a esquerda, vislumbra uma teia e uma aranha. Enredam-se os fios. São fortes e resistentes à chuva. Por isso, capturam as suas presas. Ela não compreende, porém vê. Assusta-se. E as nuvens seguem por atalhos vagabundeando pelo céu. Para locais que ela conhece, ele ainda não. Para um sítio longínquo chamado passado. Outro lá para a terra das recordações. E naquele instante deseja apenas o futuro. E chora. As mãos têm gotículas de água nos dedos. Os cabelos encaracolam-se com a humidade. O chapéu é um acessório, logo dispensável. O garoto pede-lhe que feche o guarda-chuva. Que não chove. Que ela está a imaginar chuva em Agosto.
Em Agosto, a mãe escreve palavras que falam de afectos, ao mesmo tempo que dos seus olhos tombam prantos decepcionados. E no papel nasce um desenho manchado. O menino olha e anuncia satisfeito que a mãe rascunhou uma nuvem. E que ela parece uma rena a dançar. E pede-lhe que desenhe só para ele. Aponta para o Pai-Natal, mais além. Vês, mãe?
Faz mais! Assim, pode guardar os desenhos na gaveta. Ou encerrá-los no seu peito para mais tarde os redesenhar, mesmo contra o vento. Ou apagá-los com uma borracha branca. Ou riscá-los como os aviões fazem ao céu. E conclui que a vida é feita de enganos e desenganos. De ilusões e realidades. De lágrimas de rir e de chorar.
Hoje é sábado. Com arroz-doce ornado por risquinhas de canela e apimentado com cantigas de escárnio e maldizer. Poemas ditos aos intervalos porque a refeição teve um extra de luxo. Gargalhadas poucas. O garoto está no rescaldo de uma boa dose de escarlatina. Dois parques infantis. Com as entradas todas a que ele tinha direito. Baloiço. Adorou. Escorrega. Nem pensar. O Sol nascera arrojado. A manhã antecipava uma qualquer tarde de um Agosto escaldante. Hesitou entre carros. Helicópteros. Cavalos e golfinhos. De madeira e bem coloridos. A todos queria, a todos recusava. Entusiasmava-se com a relva. A alegria estava murcha. O calor começa a escorraçar-nos dali. Ali e além, um pedaço de céu dava uma cambalhota . E as nuvens acinzentavam-se. E naqueles admiráveis olhos azuis surgia a convicção que haveria mais manhãs. Sem nuvens. E haverá!
Mudou o cenário. Uma criança não está para se confinar ao primeiro espaço que lhe apareça. Tantas descobertas para fazer. Tanta vida para viver. Outros baloiços. Que a vida também tem correntes. E oscilações. E caos. Bonanças, também. Tristonha por causa da escarlatina. Que deixa marcas no corpo. Um estreptococos obtuso e desnorteado que parou por ali. Que lhe roubou alento. Contudo, brincou e nós brincámos com ele. Depois adormeceu. E foi para casa. Para dormir e sonhar que amanhã também tem manhã.
E depois mais isto e aquilo. E ela disse que sim. A outra disse que não. E elas que não sabiam. Mas ele ordenou que sim. O melhor é não valorizar. Concordo! Nem penses, não faz qualquer sentido. Nunca mais se endireita o mundo. Pois é, o mundo é grande e redondo. Escorrega-nos das mãos. Está muito calor. Ainda por cima não pára quieto. Isto do mundo estar sempre a rodar é mesmo uma grande maçada. Verdade, mas a Terra gira simplesmente porque ainda não parou de se mover. Vai girando e, em certos lugares, passa a ser noite quando era dia e, noutros lugares passa a ser de dia quando era noite. Sem nunca parar! Tudo ao contrário. Insatisfações descontinuadas. Impetuosas, no entanto. Mais de dia do que de noite. Prosas de quem aproveita o sábado para se desembaraçar de palavras daninhas.
Movimentos giratórios. Em torno do Sol. Lisonja terrestre, certamente. A terra não deveria ser assim. E há quem não desista de forçar a linha imaginária. Não percebem que a verdade não rima com bajulice. Um pilar auxiliaria! Um pilar é um elemento estrutural vertical. Ela é. Uma coluna. Um elemento arquitectónico. Porque esteve. Também o é. Porém pilar é melhor. Só por ser mais resistente. Também.
Os pilares têm vida. Cansam-se. Têm direito a morrer de pé. Sem se ajoelharem aos pés de satélites artificiais. Corpos estrategicamente colocados em órbita ao redor de planetas acidentais.
E vai para casa. Não com escarlatina que é doença de criança. Vai com o corpo contagiado por ingratidões. Do Sol. De mim tem agradecimento.
Não sei, não! Um bom pilar faz sempre jeito. Dá estabilidade. E mais equilíbrio...
pela pimenteira
Foi sábado. Dia de comer arroz-doce. No sítio do costume, evidentemente. O vidro translúcido teve sabor a canela. A boca leva o corpo a pecar, ao sábado. Depois o café. Admirável aroma. As conversas contidas durante a semana polvilham a mesa de migalhas de exclamações, interrogações e declarações. Os cotovelos pedem apoio. As mãos cansam-se a falar. Os olhos riem-se e choram. Na mesa estende-se uma toalha bordada com palavras atropeladas pela vontade de dizer. Por sílabas átonas e tónicas, mas sempre emocionadas. Pronunciadas numa única emissão de voz. A tonicidade está por nossa conta. Dependendo da intensidade que lhe queremos dar. É que as palavras sem emoção não têm sabor. Tal como o arroz-doce sem canela. Um bom tempero aguça o engenho.
- Preciso de uma pimenteira...
- Hã !!??
Embora o meu segmento fonético de grandioso espanto não tenha contribuído para a deterioração da conversa, senti que foi devolvido com uma momumental estranheza. O contexto nunca estorvou o entendimento de horas e dias de palestra sem interregno. Raríssimas vezes se exigiu propósito. Diz-se e pronto. O contorno pode muito bem chegar depois ou nem chegar. Mas uma pimenteira? Ali, misturada com canela, arroz e café? Claro que há gostos para tudo. Café com pimenta? Talvez. Só que não lhe sabia tamanha singularidade.
- Vamos!
E eu fui. Com a ténue sensação que ia à procura da dita. Há muitos séculos que o mundo ocidental vive obcecado pelos produtos vindos do Oriente, é uma verdade histórica. Logo é mesmo verdade. Creio que as especiarias vinham de terras nunca vistas e onde dificilmente se podia chegar, por conseguinte tão desejáveis. Parece, também, que nenhuma outra rota comercial colocou em risco tantas vidas e nações, nem desencadeou tantas guerras e descobertas. Não me tinha passado pela cabeça correr perigos escusados. Nem sequer estava interessada no assunto. Cheirava-me a uma anacrónica teimosia.
Por outro lado, não me apetecia analisar globalizações, nem a modernidade do mundo globalizado, nem discutir o papel das especiarias na génese da coisa. A história está mal contada. Cheia de dramas. Apimentada por exotismos vindos dos confins da terra. E já foi há tanto tempo! De carro não seria fácil. Pelos pneus e pelo preço da gasolina. Outro condimento bem apimentado. Iria a casa? Há sempre pimenta em casa. Branca e preta. Bagas coloridas para o bife. Moídas em moinhos de roscar.
Seria? Não era sábado?
Pensamentos errados. Idiotas. Ignorantes. E falava-se disto e daquilo e mais daquele outro assunto do dia anterior. E ríamos. E falávamos. Pimenteira? Uma peça desajustada. Por mais que me esforçasse não encaixava. Pimenteira? Que raio é uma pimenteira?
- Hã!!!!! Não sabes?
- Não…
Humilhação. Vexame. Vergonha. Deveria saber? E numa excessiva tranquilidade apimentada pelo prazer de acentuar a minha ignorância. Explicou. Com muita calma. É uma árvore. Tem casca lisa e acinzentada, folhas, flores e frutos. Elementar. Básico. Que ultraje! A sua madeira é própria para o fabrico de bengalas. As flores são proveitosas para a produção de mel e as árvores dão sombra. São lindas cercas vivas. Um ornamento admirável. O pó resultante da trituração do grão é a pimenta…
- Ah! Como os grãos do café?
- Pois…
E eu que nunca tinha pensado no assunto. Distracção imperdoável. Se calhar julgavas que a pimenta vinha do supermercado. Troça. Rimos.
- O café vem! Não vem?
E dei por mim a pensar que, cada vez mais, se perde a noção da origem das coisas. Que as naturais são verdadeiras. E que estudar etiologia deve ser uma enorme chatice.
(Fotografia da Internet)
Carrasqueira
Admiráveis os afectos. Um sorriso, um abraço, um obrigada, um olá, um email, um beijo, umas fotografias... Gostei de todos.
Hoje, que fique aqui registado, foi um dia de aconhegos. Por isso, estou feliz. Por isso, os agradeço.
Uns não os partilho com ninguém. São só para mim... Outro foi uma surpresa que não sei se mereço, sem falsa modéstia, garanto. Mas soube tão bem!!!!
Obrigada Jorge!
http://oqueeojantar.blogs.sapo.pt/
Vou retribuir. A mais 10? Combinado.
GMV - http://gmv-teatrices.blogspot.com/
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JM - http://www.terrear.blogspot.com/
Poeta - http://paginapoema.blogspot.com/
Outra Forma de Expressão - http://poemas76.blogs.sapo.pt/
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Língua Portuguesa- http://ciberduvidas.sapo.pt/
Fotografia - http://www.deviantart.com/
J
ardim primeiro. Paraíso perdido. Desobediência infernal. Se é verdade que Adão e Eva foram expulsos do paraíso, eu não fui do meu. Se o deles é mítico, o meu é real. Hoje, ambos estão igualados na desgraça. Ambos sucumbiram aos pés de interesses privados, também públicos. O meu éden deve ter dado abrigo a condomínios de luxo, a auto-estradas desenhadas no interesse de alguém. Resta-me a memória.
O meu jardim não obedeceu a artes de jardinagem. Não cedeu a modas vindas do mundo. A sua beleza advém-lhe da autenticidade. Da irregularidade das formas, da multiplicidade de vidas, de cheiros e de sabores. O meu horto não sabe a maçã. Celebra as cerejas, as ginjas, os figos e as ameixas. Os pêssegos. E as nêsperas. Tudo com muitas mimosas amarelas.
Não foi complicado esquecer a Boneca. A de papelão, com olhos escancarados e pintas a fingir de nariz. Apesar de no livro das minhas recordações lhe ter dedicado uma página, poucas vezes a relembro. Tenho pena do vestido com florinhas cor-de-rosa que a minha mãe costurou para ela. Só dele.
Eu tinha árvores e frutos. E os pássaros que gorjeavam no medronhal. E o sobreiro. Um tronco enorme, gordo. As raízes não cabiam na terra, por isso espreguiçavam-se à superfície. E tanto que eu gostava de me sentar nelas… E comia boletas. Bolota é termo de dicionário. Eu gostava das boletas com sabor a terra. À falta de castanheiros, a competição não existia. E eu cantava e dizia palavras com asas nas sílabas. E frutos silvestres nas consoantes. As vogais cheiram a figos. A pontuação é escassa, ficam as exclamações construídas de prazer, de êxtase, de conivência, aclamações proferidas a cada instante.
O tempo de calor amarelara quase tudo. O verde escasseava, a escola ficara para trás. Em Outubro tudo recomeçaria. A rotina do regresso cumprir-se-ia sem solavancos. Então, renovar-se-á a saga do óleo de fígado de bacalhau. As provas em folha de 25 linhas com dobra à esquerda. As orações meia hora antes de terminar a aula. As orelhas de burro. A humilhação pública. As minhas, as que me ajudam a percepcionar o mundo, nunca foram constrangidas. Não, não experimentei próteses de imbecilidades feitas em cartão. Asnices pedagógicas à janela. Eu lá me ia livrando das ditas. A Rita é que não. Teve azar. Foi apanhada de surpresa numa linha de comboio, a do Norte. Ela que nunca tinha usado tal meio de transporte!
Perguntei à Rita se já tinha estado em cima de uma figueira. Devolveu-me um não imbuído de insultos. Ousou um que parvoíce. Olhei para ela e, sem que me ouvisse, exclamei um que pena, coitada. Infeliz rapariga que só sabe o quinto andar de um imóvel da Praça do Brasil. Encurralada na gaveta de uma cómoda com azulejos verdes. Um dia, Rita, vais comigo. E comerás figos e levar-te-ei ao medronhal. Ela concordou.
A Rita bateu à minha porta saída de um Ford Anglia. Não me lembro se super, se deluxe. Um anglia azul-claro petulante. Calçava uns sapatos pretos de verniz. Com uma fivela, creio que preta também. Cabelos anelados, livres. Um gancho vermelho aprisionava-lhe a franja. O vestido era branco. De piquê, soube depois. Nas mangas, em forma de balão, corria o escarlate da fita grega que as completava. Uma fitinha ondulante que se vendia a metro. Grega? Desconheço o móbil. Tive a sensação que aquele vestido acabara de sair do guarda-vestidos das festas de família. Cheirava a naftalina. Eu também tinha um assim e uns sapatos castanhos, de verniz. A Rita estava ridiculamente trajada. Descomposta. Ela vestia hábitos urbanos e era uma menina.
- Rita, que vestido magnífico! Que lindo! Não o podes sujar… Vou ter que te emprestar roupa. E umas sandálias…
Ela vestiu. E ficou mais bonita. Mais autêntica. A Rita devolveu-me um sorriso transparente.
A meio da tarde, já cansadas das histórias da professora Celeste, que também tinha um ford anglia, decidimos ir para a rua. Vamos, vou mostrar-te as minhas árvores.
A figueira de figos moscatéis tinha um tronco generoso. Foi fácil convencê-la a trepar comigo. Subimos até ao tronco onde me costumava sentar. Uma tábua, que eu colocara há tempos, oferecia-nos algum conforto. A Rita dizia que dali chegava ao céu. Eu concordei. Nós, os figos, os pássaros e o céu. Repartimos gargalhadas. Sorrisos. Sustos, sempre o ramo se perturbava com as nossas palavras. Lágrimas e figos que disputávamos com pardais, estorninhos e tordos. Esqueciam-se completamente de nós. Ignoravam-nos e escolhiam os figos mais maduros. Debicavam um e outro e voavam. Regressavam mais tarde ou no dia seguinte. E nós comíamos esses figos provados por bicos sabedores. São os melhores, comentava eu.
Os olhos da Rita acumulavam deslumbramentos. Encantos de quem se transforma em personagem de livros para crianças. E assegurava-me que aqueles figos sabiam a figos. Prometi-lhe que, no dia seguinte, comeria figos roxos, com lágrimas de mel. Além, revelei com o dedo.
Apesar do papa-figos, ave de cores muito vivas, estar em vias de extinção, a Rita espreitou por entre as folhas da figueira. Sorriu e disse que sim.
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