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ponto de admiração

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11
Jan09

Enregelar

Paola

imagem da Internet
 
 
 
chá deprimido
 
Acumulou-se uma vaga de frio polar que congela o país. De acordo com todas as fontes consultadas, o culpado já foi identificado e localizado. Não foi possível, até ao momento, detê-lo. Apurou-se que a impossibilidade advém da sua leviandade. Tanto desce, até que sobe, para depois tornar descer. E sobe num desvario invernal. Os tribunais estão atulhados de processos e o juiz da comarca afiançou não lhe caber decretar prisão preventiva, apesar dos óbitos já declarados. Domiciliária é inexequível para quem não pára de pular. Fontes credíveis asseguram que a pulseira electrónica foi conjectura logo rejeitada. Acredita-se que o complexo dispositivo não comporta tanta humidade.
 
Segundo se conseguiu apurar, o frio foi visto, pela primeira vez, num anticiclone localizado nas ilhas britânicas.  De imediato, para cá veio por tanto ouvir falar em corruptas vontades. Acrescentou que as suas idas ao estrangeiro são mesmo para disfarçar. Em declarações, confirmou que gosta de cá estar. Vive em liberdade total, embora condicional aos termómetros importados. Não tem que se queixar à Amnistia Internacional. Se as coisas se agravarem, pode recorrer a indultos estivais. E que se o quiserem prender, terão de o ir procurar. Disse, com ar muito estupefacto, não entender por que foi decretado o alerta laranja. Nem sequer o amarelo. Tendo inquirido se as rosas já não floriam por cá.
 
Incrédulo, o jornalista, nem sabia o que escrever. Desobrigou-se da indispensável objectividade. Agarrou-se às suas convicções e escreveu a conclusão:
 
O meu conselho é que se ingira chá de camomila! Quentinho, acabado de ferver! De ervas ou saqueta, não importa... No meio de tanta aselhice, Deus nos defenda de vícios piores!
 
 

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Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto. [Fernando Pessoa]

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