17
Jun09
Pairar [no negro espanto das andorinhas]
Paola
aguarela de jeroomady
Olho e vejo as andorinhas transtornadas. Vieram na ânsia da chegada. Largaram frios abafos e procuram abrigos quentes. O pão e um ninho de afectos.
Chegaram. Pelo bico largavam o espanto da sua voz deliciosa. As asas pranteavam o luto. O ardil das penas. E voavam insurreições cambaleadas. Círculos espavoridos.
As andorinhas vieram pela estrada do tempo. Pela calçada. E não se conformam que lhes tenham devastado os ninhos.