rasgar [o silêncio das emoções]
… ao longo da estrada, os pinheiros despiam o dia. vacilavam no devaneio das agulhas, abrindo brechas à imaginação… e flautas de carumas, entoavam explosões coloridas... as palavras galgavam os trilhos indecisos de outrora… ali, onde a luz deixa tudo acontecer... as aves revelavam-se no descanso dos beijos tranquilos … nas penas arrecadadas nos arrozais... e eu peregrinava à beira da emoção sedenta daqueles espaços e tempos… até onde os meus voos me agarraram… a concertina dançava cantigas de alegria e o rio gargalhava ondas de bonança… agora que tudo são dunas de areia fina, permanece a colorida rapsódia de interpretações harmoniosas… um coro de vozes rasga o silêncio… as sombras ficaram para trás… temperei-me com o sal do rio… num projecto de moderado equilíbrio poente...